22.11.10

Para a Ana

- "Acho que escreves com a cabeça e o coração ao mesmo tempo", disse-me.
- "Deve ser porque sinto com a cabeça e penso com o coração", respondi sem lhe dizer.
E, no fim do fim, ficarão as coisas que senti e não disse e as que disse sem sentir.
O resto, está escrito.

3.8.10

7 meses depois...

Após sete meses de silêncio neste espaço, é tempo de retomar algumas ideias, de abandonar certos pressupostos mas, acima de tudo, de voltar a estar. E em pleno.
Cruzei-me com muitas "gentes" neste intervalo, mas apenas com algumas pessoas verdadeiramente interessantes. Se gostei? Imenso.
Concluí que cada pessoa que passa na nossa vida leva um pouco de nós. Leva as memórias e os momentos, mas leva também pedaços. Não se trata de uma troca entre partes. Trata-se de uma pequena extracção do melhor que temos para dar em cada minuto. E respiro fundo, entre sorrisos, por saber que dei - mesmo a quem não soube apreciar - todos os meus "eus".
Em sete meses, desdobrei-me entre destinos, entre pessoas, entre preocupações, entre responsabilidades, entre desafios e, essencialmente, entre gargalhadas de autêntico prazer de viver.
Hoje sinto-me mais rica. Apesar de não saber o que quero, descobri muito do que não pretendo.

12.1.10

de dia

Há alturas em que somos de tal forma surpreendidos com o rumo das coisas à nossa volta, que parece que ficamos num estado anestésico à espera que tudo se resolva, que tudo passe.
Longe vai o tempo dos pesadelos nocturnos. Agora acontecem de dia, são reais e não desaparecem ao acordar.

29.9.09

um ano depois...

Achamos que, convivendo com a ideia, nos vamos preparando para o momento em que tudo acontece.
Vamos criando barreiras, erguendo muros, repetindo vezes sem conta que, mais dia menos dia, chega a hora, tudo acaba e já estamos preparados. Mas não estamos.
Não sabemos o que sentir, o que dizer, como pensar. A ideia de "nunca mais" é demasiado concreta, demasiado específica para ser contornada com soluções de encaixe.
E o que nos resta? As memórias? A saudade? A desilusão de nos sabermos num mundo em que a maioria acredita em deuses que não se manifestam a favor dos que merecem?
Resta-nos a sensação de impotência, própria dos mortais. Resta-nos uma vontade imensa de vociferar contra tudo o que é progresso... tão incapaz de salvar uma vida que tinha ainda muito para dar.

7.9.09

lixo

Ha coisas que, simplesmente, não se entendem... por isso, o melhor é mesmo deitá-las fora de vez.

A paciência é um bem escasso e estamos em tempo de crise.

13.8.09

basta ser... ou será bastante?

Se somos.. e se nos basta sermos...
Será que basta que nos bastemos para ser?
Ou será bastante que sejamos tanto se bastaria que fôssemos apenas seres?

28.7.09

resposta

"O segredo da existência humana reside não só em viver mas também em saber para que se vive".
Dostoievski